Nesta coluna de novembro/2017 do blog de Pedro Venacio da Globo.com, sobre a afirmação da geração de nascidos em 1997 traz um debate à tona e uma bela discussão que pode se aplicar às próximas:
Esses jogadores nascidos em ano ímpar, sem passagens por seleções de base desde o início, conseguem se firmar, o que talvez indique que passagens por seleções menores de base (sub-15 e sub-17) não sejam tão determinantes assim no crescimento profissional dos jogadores, apesar de serem importantes para o monitoramento e controle mais de perto, na visão do blogueiro que vos escreve.
Acrescento que ainda sofremos de modelos de captação inadequados e em linha de produção com padrão de jogo sem atentar para a qualidade e potencial de desenvolvimento individual de atletas.
Veja a coluna completa:
Com Gabriel Jesus no comando, geração 97 atropela as anteriores
Malcom, Richarlison e David Neres se destacam no exterior. Arana, Maycon e Murilo, no Brasil. Número é maior do que os nascidos em 1996 e 1995.
Gol do Brasil! Danilo cruza rasteiro para Gabriel Jesus completar, aos 35' do 1º tempo
Gabriel Jesus soma oito gols em 12 jogos pela Seleção e sete na Premier League pelo Manchester City. Malcom, titular e melhor jogador do Bordeaux, é especulado em vários grandes europeus. Richarlison chegou impondo respeito no Watford. David Neres, volta e meia, brilha no Ajax. Gerson começa a se firmar na Roma, Thiago Maia tem um bom espaço no Lille e não há dúvidas: a geração 97 brasileira atropelou as de garotos nascidos dois, três anos antes, e isso é bem claro.
Gol do Vasco! Caio Monteiro aproveita rebote de Rios e empata; aos 30' do 2ºT
Se pensarmos em jogadores aqui no Brasil, o número aumenta. Guilherme Arana é titular absoluto do Corinthians que se aproxima de mais um título brasileiro, e Maycon também o foi durante quase todo o campeonato (perdeu a posição recentemente). Lucas Paquetá começa a ganhar espaço no Flamengo, Murilo se firmou na zaga do Cruzeiro e Bremer ganhou minutos no Atlético-MG. Na rodada deste fim de semana no Brasileirão, mas três garotos nascidos no ano fizeram gol: Caio Monteiro, do Vasco, Pedro, do Fluminense, e o meia canhoto Yan, do Coritiba.
Gol do Coritiba! Yago se enrola para cortar, a bola bate em Yan Sasse e entra, 21 2º
Em comparação, por exemplo, os garotos nascidos em 1996 sofrem ainda para se firmar. Tratado como possível futuro 9 da Seleção, Gabigol tem tido problemas no Benfica. Robert, expoente da geração até os 17 anos e revelado no Fluminense, ainda engatinha no profissional e precisa de uma sequência. Luís Araújo foi vendido para o Lille e é uma boa exceção, assim como o ex-Flamenguista Jorge, que foi para o Monaco. Arthur, do Grêmio, também nascido em 1996, tomou conta da posição e foi convocado recentemente por Tite. Lucão, ex-São Paulo, ainda busca adaptação na Europa.
Entre os /95, o destaque é Marlon, que está emprestado pelo Barcelona ao Nice, da França. No ataque, o expoente é Otávio, do Porto. Mas nomes que já foram badalados, como Andrigo e (emprestado pelo Internacional ao Atlético-GO), Carlos (emprestado pelo Atlético-MG ao Internacional), ainda patinam um pouco na carreira. A boa novidade é a afirmação de zagueiros, como Gabriel, do Atlético-MG, Igor Rabello, do Botafogo, e Pedro Henrique, reserva imediato do Corinthians. Marcos Guilherme, hoje no São Paulo, faz um Campeonato Brasileiro com altos e baixos, mas joga com frequência e fez um golaço contra o Vasco neste domingo.
A afirmação da geração /97 traz um debate à tona: se esses jogadores nascidos em ano ímpar, sem passagens por seleções de base desde o início, conseguem se firmar, o que talvez indique que passagens por seleções menores de base (sub-15 e sub-17) não sejam tão determinantes assim no crescimento profissional dos jogadores, apesar de serem importantes para o monitoramento e controle mais de perto, na visão do blogueiro que vos escreve.
Outro ponto a se observar é que, se esses garotos mantiverem a evolução, vão assumir lugares de destaque no futebol europeu em breve e dar um ótimo suporte na seleção brasileira a Neymar, que ainda é a estrela da companhia. Além de poderem lutar pelo bicampeonato olímpico, caso o Brasil se classifique para os jogos de Tóquio, em 2020, pois terão idade para a disputa (caso ela se mantenha sub-23).