quinta-feira, 29 de maio de 2014

Futsal Paulista: Categoria Menores - Estadual - Séries A1 e A2 Chegam Em Sua Fase Semifinal

O Campeonato Estadual das Categorias Menores da Federação Paulista de Futsal chega na sua fase de semifinais, sendo que as equipes que mais colocaram categorias nas finais da A1 são: 


SC Corinthians Paulista: 03 (Sub 10, 16 e 17)
São Paulo F.C: 02 (Sub 10 e 12)
G.R. Barueri: 02 (Sub 10 e 17)
Santos F.C.: 02 (Sub 12 e 14)
ADC Basf: 02 (Sub 12 e 14)
C.São João: 02 (Sub 14 e 16)
Demais equipe: 01
S.Caetano Futsal (Sub 10), CE Penha (Sub 12), A.Sorocabana (Sub 14), SE Elite Itaquerense (Sub 16) e CA Juventus (Sub 16), CSS II Exercito (Sub 17) e SE Palmeiras (Sub 17). 

Tabela da Semifinal do Estadual A1 Menores

Sub 10 
31/05/14 15:00 - Ginásio Presidente Ciro II
São Caetano Futsal X S.C. Corinthians Paulista

01/06/14 15:00 - Ginásio Presidente Ciro II
São Paulo F.C. X G.R. Barueri

Sub 12
31/05/14 14:00 - Ginásio Presidente Ciro II
Santos F.C. X A.D.C. Basf 

01/06/14 18:00 - Ginásio Presidente Ciro II
C.E. da Penha X São Paulo F.C.

Sub 14
31/05/14 16:00 - Ginásio Presidente Ciro II
C. São João X A.D.C. Basf 

31/05/14 17:00 - Ginásio Presidente Ciro II
A. Sorocabana de Futsal X Santos F.C. 

Sub 16
31/05/14 18:00 - Ginásio Presidente Ciro II
S.E. Elite Itaquerense X C. São João 

01/06/14 16:00 - Ginásio Presidente Ciro II
S.C. Corinthians Paulista X C.A. Juventus 

Sub 17
01/06/14 14:00 - Ginásio Presidente Ciro II
C.S.S. II Exército X S.E. Palmeiras

01/06/14 17:00 - Ginásio Presidente Ciro II
S.C. Corinthians Paulista X G.R. Barueri


Tabela da Semifinal do Estadual A2 Menores
Confira a abaixo a Tabela da Semifinal do Estadual A2 Categorias Menores

CHAVE

31/05 – Ginásio Presidente Ciro II

R  Sub 12  Asp Fut Várzea Paulista  vs A.D. Indaiatuba  08:30

S Sub 14  Amar  vs A.D. Indaiatuba  09:15

R  Sub 14  A.A. Praia Grande  vs São José Futsal  10:00

S  Sub 10  São José Futsal vs A.A. Praia Grande  10:45

R  Sub 16  A.D. Wimpro vs E.C. Vila Galvão 11:30

CHAVE

01/06 – Ginásio Presidente Ciro II

S Sub 12 A.D. Suzano Futsal vs A. Beiju  08:30

S Sub 16 A.D. Oportunity Bragança Futsal vs A.M. Olaria 88 Futsal 09:15

S Sub 17 G.E. Mogiano vs E.C. Progresso 10:00

R Sub 17 S.E.R. Caieiras vs A.D. Suzano Futsal 10:45

R Sub 10  A.D. Suzano Futsal vs Lausanne Paulista F.C. 11:30

domingo, 25 de maio de 2014

Peneiras Futsal: A.E.C. 100Zala: Categorias Sub10 e 12

O A.E.C 100ZALA, esta selecionando garotos SUB10 e SUB12 para reforçar suas equipes para a disputa do METROPOLITANO 2014 e outras competições. 

Interessados deverão comparecer portando RG e roupa própria para o treino. 

LOCAL: QUADRA DA MODELAÇAO
END: Rua: Albury, 12
As terças-feiras. Sub10 as 19:00h e Sub12 as 20:30h 

Duvidas: Tel: 98451-3763 (Thalita)
thalita.treinamento@yahoo.com.br 

Fonte: Site da FPFS - Oficial

Peneiras Futsal 2014: C.A. Juventus: Categoria Sub 14

O C.A. Juventus está selecionando atletas para categoria Sub 14.

Interessados enviar e-mail para: angela.capo@yahoo.com.br

Obs: Somente para federados

Publicado em: 21/05/2014 às 13:17 Acessos: 720

XXX Copa São Paulo - 2014: Começou o principal campeonato da Associação Paulista de Futebol

Neste final de semana teve início a XXX Copa São Paulo tradicional torneio organizado pela ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL, entidade fundada em 11 de Agosto de 1985 com o objetivo de elaborar campeonatos nas diversas categorias propostas, estimulando o aproveitamento escolar através da prática do esporte e integrar seus filiados e atletas sempre na busca do “Fair Play” (jogo limpo), sendo a disciplina considerada um fator muito importante para a formação dos atletas.

Na administração Prisco Palumbo, desde 1994, a ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL vem crescendo a cada ano com muito trabalho, seriedade e organização, contando hoje com mais de 100 (cem) equipes filiadas, sendo que o campeonato é dividido em duas regiões, Capital e Interior, com grandes equipes do futebol paulista, onde podemos destacar alguns clubes filiados como: São Paulo F.C., A. Portuguesa de Desportos, C.A. Bragantino, Mogi Mirim E.C., Nacional A.C., A.A. Flamengo-Guarulhos, E.C. Taubaté, Pão de Açúcar E.C., Paulínia F.C., Desportivo Brasil, Botafogo F.C.–Rib.Preto, Sertãozinho F.C., Comercial F.C.-Rib.Preto, Santos-Meninos da Vila/CT Mauá, Palmeiras/CT Butantã, P.M. Taboão da Serra, P.M. Caieiras, E.C. Guarulhos, S.E. Sanjoanense-São João da Boa Vista, A.A. Portuários–Santos, A.D. Wimpro, C.R.E. Fundação São Caetano, A.A. Atlas, S.E.R.C. Santa Maria, S.C. Internacional(RS)/Genoma Colorado, entre muitos outros clubes que possuem futebol profissional, poli esportivos, escolas de futebol e clubes amadores.

Com o papel importante de manter todas as categorias em atividade cobre as lacunas do Campeonatos Paulista organizado pela Federação Paulista de Futebol, principal entidade do estado e do país e que cobre apenas as categorias Sub 11, 13, 15 e 17 . Muitas equipes são preparadas nestes torneios como a equipe do Taubaté que faz sucesso na categoria Sub 13, que foi finalsta no ano passado na categorai sub 12, lidera o Grupo 7 da categoria Sub 13 e que venceu recentemente por 4x2 a equipe do Palmeiras.    

Nesta edição de 2014 serão 8 categorias (Sub 10, 11, 12, 13, 14, 15, 17 e 19).  Nas categorias sub 12, 13 e 14 os Grupos são os seguintes: 

Sub 12

Sub 13


Sub 14 



sábado, 17 de maio de 2014

Série Convocados para Copa do Mundo: Ex-atacante, Guga vira Luiz Gustavo e torna-se o cão de guarda de Felipão

Campeão de tudo com o Bayern na temporada passada, volante do Wolfsburg supera morte da mãe até ser chamado para defender a Seleção na Copa do Mundo em casa



PERFIL jogadores brasil - Luiz Gustavo (Foto: Editoria de arte)
Ele era chamado de Guga e jogava como atacante. Hoje é o cão de guarda do meio de campo montado por Luiz Felipe Scolari e tornou-se conhecido no Brasil inteiro pelo seu nome de batismo: Luiz Gustavo. O volante do Wolfsburg é o protagonista desta quinta-feira no perfil que oJornal Nacional exibe dos 23 jogadores que defenderão a Seleção na Copa do Mundo. E, durante a reportagem, ele lembrou suas origens nos gramados.
- Comecei a jogar bola como atacante, né? Fui artilheiro já. Por isso, que de vez em quando faço alguns gols - disse, aos risos, o volante titular com a seleção brasileira na vitoriosa campanha na Copa das Confederações do ano passado.
Quando adolescente, Luiz Gustavo ficou sem chão. Saiu para jogar bola e, ao voltar para casa, não encontrou a mãe Mariane. Ela não resistiu a um infarto, e o jogador da seleção brasileira perdeu sua torcedora número um aos 16 anos de idade. No velório, fez uma promessa. 
- Falei que eu ia cuidar de todo mundo, cuidar da minha família. Disse que ela não tinha deixado um menino mais, tinha deixado um homem – lembrou, emocionado, o jogador.
Mesmo diante da tragédia, ele buscou forças para seguir em frente e as coisas começaram a dar certo. Passou em um teste no CRB e seis meses depois assinava seu primeiro contrato profissional. Em seguida, rodou por seis clubes alagoanos e precisou superar condições precárias de acomodação e a falta que sentia da mãe.
- Eu só voltaria para casa com notícias boas e, graças a Deus, até hoje é assim que vem acontecendo na minha carreira – continuou o colante.
De Alagoas, Luiz Gustavo seguiu para a Alemanha, onde iniciou sua trajetória rumo à Seleção com a camisa do Hoffenhein. As boas atuações garantiram uma transferência para o poderoso Bayern de Munique. Na equipe bávara, venceu os principais torneios que disputou - Campeonato Alemão, Copa da Alemanha, Liga dos Campeões - e garantiu sua vaga na equipe pentacampeã do mundo.
Após o título da Copa das Confederações, ele viu que não teria muito espaço com a chegada de Pep Guardiola no Bayern de Munique e se mudou para o Wolfsburg. O ex-atacante Guga não perdeu a confiança de Felipão e, hoje como o volante Luiz Gustavo, jogará sua primeira Copa do Mundo dentro de casa.


Série Convocados para Copa do Mundo : Do estacionamento à Europa, Dante faz história e agora sonha com Copa

De desconhecido no Brasil à presença certa na Copa do Mundo, zagueiro do Bayern de Munique iniciou trajetória em um estacionamento de supermercado em Salvador

Por 
Rio de Janeiro

PERFIL jogadores brasil - Dante (Foto: Editoria de arte)
Do estacionamento do supermercado no Bairro da Federação a uma Copa do Mundo no Brasil, com direito a uma Champions League e a um Mundial de Clubes no meio deste caminho. Dante Bonfim Costa Santos, aos 30 anos, é a prova de que não há limite de idade para realizar sonhos. Aos 28, imaginava já não ter mais chances de vestir a amarelinha. Dois anos depois, é campeão da Copa das Confederações e vai disputar o Mundial, como mostra o perfil do jogador no Jornal Nacional desta sexta-feira.
Um dos traços mais marcantes do zagueiro é sua cabeleira. E ele não é o único da família que ostenta um penteado "diferente". Seu João Carlos, pai de Dante, cultiva um dread de respeito.
- Quando a gente vê o cabelo do Dante, acha que é grande. O meu tem agora 19 anos que não corto. Os dreads acontecem por causa do Bob Marley mesmo. A Bahia é outro país, e às vezes, até um outro planeta. As figuras aqui são meio estranhas mesmo - brinca.
- Ninguém nunca deu um telefonema pra ele - lembra Jonilson.Além do cabelo, o talento no futebol sempre marcou sua vida. Desde pequeno, tinha o tio, Jonilson, como ídolo, porque ele jogava no Galícia, modesto time de Salvador. Quando ficou maior, Dante iniciou a carreira no mesmo clube. Mas foi atropelado a caminho de um treino e, sem receber apoio da equipe, teve que procurar hospital e fisioterapia por conta própria e acabou abandonando a equipe.
De lá, foi bater em várias portas. Levou muitos "nãos". Até que, enfim, surgiu uma chance no pequeno Matsubara, no norte do Paraná. No entanto, como não tinha dinheiro para viajar, vendeu seu videogame, e, sem apoio dos pais, foi. De lá, sua carreira começou a crescer. Foi para Capivari, no interior de São Paulo, Juventude, de Caxias do Sul... e depois Europa, levado por um empresário que o surpreendeu no Sul.
- Ele falou: "Olha, tem um time da França, o Lille, que está interessado em você. Vai?", eu falei: "Vou" - conta Dante.
Daí, sua carreira decolou. De lá, foi para a Bélgica, depois Alemanha, onde se destacou no Borussia Mönchengladbach e chamou a atenção do poderoso Bayern de Munique, onde se consagrou. Campeão da Alemanha, da Europa e do mundo. O passo seguinte? Defender a Seleção em casa, em Salvador, com a família toda na Arena Fonte Nova na expectativa pela atuação do zagueiro.
- Ir chegado na Fonte Nova com o ônibus da seleção brasileira, eu pensei "Poxa, cara, há um tempão tu tava aqui, assistindo jogos, sonhando ser jogador de futebol. Se Deus quiser, quem sabe eu jogo dois, três minutinhos, só para eles ficarem felizes". Quando eu entrei, senti uma energia muito positiva. Foi uma coisa de filme - diz o zagueiro, sobre o Brasil x Itália pela Copa das Confederações, em que ele entrou no lugar de David Luiz e ainda marcou um gol.
Para a alegria da avó, Dona Didi, na Copa do Mundo, Dante estará de volta. Talvez não em Salvador, mas, de preferência, chegando até o Maracanã para a decisão.
- Eu quero é ver a bola entrar, é torcer, pedir aos santos que ele faça o gol. Ele é especial.

domingo, 11 de maio de 2014

Profissão, pai de jogador: benefícios e problemas de uma relação difícil

07/05/2014 09h00 - Atualizado em 07/05/2014 17h58

Torcedores, patrocinadores e amigos, eles muitas vezes sonham junto com os filhos em ter uma vida melhor, mas às vezes colocam a carreira dos meninos em risco

Por Pedro VenancioRio de Janeiro
Globo.com

Marcos Antônio da Silva, de 48 anos, trabalhava como descarregador de caminhões até o momento em que enxergou a possibilidade de um futuro melhor na família. O filho dele, Gerson, se destaca na base do Fluminense há algum tempo e, aos 16 anos, já é titular dos juniores. Meia canhoto, é o jogador mais badalado de sua geração e assinou o primeiro contrato, que deu à família um pouco mais de tranquilidade financeira. E Marcão, como é conhecido no mundo de futebol, passou a ser apenas pai. Pai profissional.


- Ser pai de jogador promissor gera muitos problemas, como a inveja dos outros e a necessidade de acompanhar todos os passos do meu filho. Aqui em casa, montamos um Projeto Gerson e vivemos em torno dele. Deixei meu emprego e fiz um acordo com os empresários dele, para poder me dedicar exclusivamente aos cuidados com meu filho, recebendo um salário. E marco em cima, porque sei que a vida de jogador de futebol é muito difícil e precisa ser regrada. Vivo intensamente para ele.


A situação de Marcão é comum no futebol brasileiro. Muitos pais largam tudo o que fazem, ou pelo menos adaptam suas vidas à rotina dos filhos, para acompanhar jogos e viajar juntos com a família por todo o Brasil e pelo exterior. Na arquibancada, incentivam, gritam, cobram, xingam árbitros e formam uma espécie de torcida organizada, sentando quase sempre juntos uns dos outros.


Os pais entendem que a sua presença é necessária para que os meninos se sintam bem, seguros e possam se desenvolver em um mundo extremamente competitivo. William Machado, de 45 anos e pai de Guilherme Costa, meia dos juniores do Vasco, define esse suporte como fundamental e conta que tomou a decisão de mudar de vida para estar mais perto do filho e ajudar quando necessário.


- Eu era executivo, tinha um bom emprego, mas larguei tudo e passei a ser autônomo, para dar uma assistência ao Guilherme. Fiz isso quando vi que ele perdeu uma convocação para a Seleção em 2008 por não ter passaporte. E não me arrependo - diz William, que acompanha o filho em todas as partidas e esteve com ele nos Sul-Americanos Sub-15, em 2009, e Sub-17, em 2011, além do Mundial Sub-17, também em 2011, disputado no México. 

Guilherme Costa perdeu convocação e motivou pai a ficar mais perto (Foto: Marcelo Sadio/Vasco)

Marcelo Vojnovic, pai do zagueiro Lyanco, do sub-17 do Botafogo, é outro que encontrou uma solução criativa para ficar próximo: vendeu uma loja que tinha em Vitória, no Espírito Santo, e se mudou para o Rio de Janeiro. E, percebendo a dificuldade que o filho tinha em conseguir um lugar para ficar, montou um alojamento que hoje atende a 20 atletas em Xerém, na Baixada Fluminense, e pode ser ampliado nos próximos anos, dependendo da demanda.


- Acabei transformando o sonho do meu filho no meu ganha-pão, enxerguei essa oportunidade. E aqui tenho a chance de acompanhar o Lyanco aonde ele for, e dar esse apoio que é extremamente necessário. Sei do risco de dar errado, mas, se der errado no futuro, quando ele tiver a vida dele construída, jamais poderá dizer que eu não o apoiei.


O acompanhamento descrito por Marcelo acontece de várias maneiras, com os pais indo aos jogos, gerenciando a carreira dos filhos e às vezes até falando por eles, como Neymar pai, que criou uma empresa para gerenciar a carreira do craque do Barcelona.


Família e clube: uma relação necessária, mas às vezes problemática


Os coordenadores de base dos maiores clubes do país entendem o novo contexto do futebol e sabem que a relação com a família é necessária. Alguns clubes, como o São Paulo, chegam a fazer reuniões com os pais para explicar a situação e alertar que há riscos de a carreira não ser bem-sucedida. O Grêmio aposta no diálogo e na proximidade física com a família para fazer com que o garoto aumente de rendimento.

Se todo pai acha que tem um Neymar em casa e eu trabalho com 300 garotos, eu teria aqui 300 Neymares. Imagina o custo disso?
Fernando de Simone, da base do Fluminense


A necessidade da proximidade com a família do atleta é consensual entre os coordenadores, mas eles também apontam problemas nesse relacionamento, que podem atrapalhar o desenvolvimento do próprio menino.


- Todo pai acha que tem um Neymar em casa, mas o Neymar é exceção. Tenho colada na parede da minha sala uma estatística que diz que 85% dos jogadores brasileiros ganham menos de seis salários mínimos e apenas 3% ganham acima de 12 salários mínimos. E tento explicar isso aos pais. Para existir um Neymar, milhões ficaram no meio do caminho - analisa João Paulo Sampaio, coordenador dos profissionais do Vitória, que trabalhou na base do clube por quase uma década.


Fernando de Simone, do Fluminense, reforça a frase e acrescenta que essa situação pode comprometer financeiramente o clube, se não for bem administrada.


- Se todo pai acha que tem um Neymar em casa e eu trabalho com 300 garotos, eu teria aqui 300 Neymares. Imagina o custo disso?



Essa esperança de que o filho vai triunfar em um mundo extremamente competitivo gera efeitos colaterais, como, por exemplo, uma intromissão excessiva nos treinamentos - o que levou os grandes clubes a proibirem a presença dos pais nos treinos - e gritos frequentes na arquibancada de orientações contrárias às que os treinadores pedem.


Carlos Leiria, técnico do Inter sub-16, lembra o caso de um pai que pedia, em todos os jogos, para que o filho - que desempenhava bem a função de zagueiro - fosse deslocado para o meio-campo.


- Quando fomos falar com o pai, ele respondeu: "Lá na minha pelada ele é meia-esquerda e faz um monte de gols". Aí perguntamos se ele queria o filho como amador ou profissional. Há um abismo entre os dois níveis.


Luciano Moraes, técnico dos juniores do Audax-RJ, é outro que conta histórias sobre a influência dos pais e afirma que alguns garotos chegam com instruções paternas na ponta da língua, mas tenta administrar essas situações sem perder o bom humor.


- Esse negócio de pai é o seguinte: quando o filho dele joga, você é o Felipão, o melhor técnico do mundo. Quando não joga, você não presta. Assim, 11 pais me amam, sete me aturam porque os filhos ficam no banco, e o resto me odeia.



Interferência, pressão e treinamento excessivo


Outro problema apontado pelos coordenadores de base é a interferência no momento de assinar o primeiro contrato profissional, quando o garoto tem 16 anos. Há casos de pais que vendem a mesma fatia dos direitos de seus filhos para vários empresários. E há também os que oferecem o menino para outros clubes e empresários, situação mais comum em centros mais distantes.

Há pais que, além do futebol, põem o menino na natação, no pilates, e isso sobrecarrega e atrofia a musculatura do garoto
João Paulo Sampaio, da base do Vitória


- Já teve pai que chegou dizendo que poderia levar o filho para um clube grande. E falou isso como se estivesse fazendo um favor para nós. Há pais que chegam e dizem: "Vim buscar o meu produto". Tratam o filho como mercadoria - conta Márcio Schmidt, diretor da base do Rondonópolis-MT.


Erasmo Damiani, coordenador da base do Palmeiras, conta que tenta fazer o pai entender que o sonho de se tornar jogador de futebol não é dele, e sim do filho. Mas que muitos continuam vendo o jogador que têm em casa como solução para os problemas financeiros da família, o que, segundo ele, prejudica também a formação do jovem como cidadão.


Nos casos mais extremos, há relatos de garotos que, após errarem lances em campo, são agredidos pelos próprios pais. E existem os casos de dirigentes que foram ameaçados pelos pais para não denunciarem jogadores com idade adulterada e jogadores que, após fazerem sucesso, são processados pelos pais, que pedem pensão alimentícia.


João Paulo Sampaio, do Vitória, conta também que vê frequentemente situações em que o pai, sem maldade, submete o filho a um excesso de treinamento, pensando que está fazendo a coisa certa.


- Há pais que, além do futebol, põem o menino na natação, no pilates, e isso sobrecarrega e atrofia a musculatura do garoto. Às vezes, a gordura faz parte do crescimento de uma criança, de um adolescente. Aqui todos os profissionais são formados em educação física e há uma preparação adequada, mas lá fora não podemos controlar. Uma vez, eu estava na praia ao meio-dia e encontrei um pai dando um treino para um jogador daqui, debaixo de um sol de rachar. Isso é prejudicial.

Eliseu diz ter se formado em Direito para dar suporte a Elias nas negociações (Foto: Arquivo Pessoal)

Psicólogo da base do Palmeiras, Marcelo Abuchacra explica que essa pressão excessiva sobre os meninos pode ter consequências ruins na formação, até mesmo em aspectos que influenciam na carreira e no desempenho em esporte de alto rendimento.


- Muitas vezes, o pai tenta se colocar no lugar do treinador e, em vez de educar o menino, se preocupa apenas em cobrar. O esporte, que deveria ser uma prática prazerosa, se torna uma condição para que ele faça o pai sentir orgulho dele. Quando não há esse suporte e o pai não o educa como cidadão, o garoto pode desenvolver vários problemas emocionais em longo prazo, como dificuldade em lidar com pressão, baixa autoestima e baixa tolerância a críticas, pois passou a adolescência sendo criticado por todos os lados e sem o respaldo necessário. Em casos mais avançados, pode surgir até uma depressão.


Pais, empresários e pais empresários


Um dos principais mediadores na relação entre pais e clubes é o empresário do jogador. Normalmente, há um acordo entre pais e empresários no qual os primeiros recebem uma soma financeira e repassam um percentual dos direitos econômicos sobre os filhos. Mas a conta não está só no dinheiro.


- A relação ideal entre pai e empresário é uma parceria, na qual o empresário entra com a rede de contatos que tem e a experiência no mundo do futebol, e o pai faz a interface entre o empresário e o garoto, expondo os anseios, os sonhos da família. A relação entre pai e filho é inquestionável, insubstituível, única, mas o pai não tem a experiência que o empresário tem na hora de tomar as decisões certas. No máximo, acompanha um caso, enquanto o empresário já negociou várias vezes em situações diversas - explica Eduardo Uram.

A relação entre pai e filho é inquestionável, mas o pai não tem a experiência que o empresário tem na hora de tomar as decisões certas
Eduardo Uram, empresário


Ele cita o relacionamento com Laís, pai do meio-campista Ibson, como uma parceria bem-sucedida e crê que há riscos quando é o pai que negocia diretamente com o clube. Usa como exemplo a situação de um cardiologista, que, ainda que seja o melhor do mundo, poderá ter dificuldade em operar um filho. Em menor escala, diz ele, é o que acontece quando o pai de um jogador toma as decisões.


Há, no entanto, quem prefira administrar a carreira do filho e encare o mercado do futebol sem medo. É o caso de Dejair Ribas da Cunha, pai de Diego, meia do Atlético de Madrid, e Eliseu Trindade, pai do meio-campista Elias, do Corinthians. Este, aliás, recusa-se a ser definido como empresário ("sou um servidor público e atuo como representante do meu filho". Diz que ajuda a quebrar um tabu e argumenta que antigamente os pais não se preocupavam em participar da negociação:


- Eles vinham de camadas pobres, não tinham preparo e deixavam seus filhos nas mãos de empresários. Muitos são sérios, mas alguns não são.


Ele reconhece que a falta de contatos no mundo da bola foi bastante complicada no início, mas fala com orgulho de sua trajetória na vida ao lado do filho.


- Sou de família pobre, negro, morei em favela, fui o primeiro da família a ter diploma universitário e me formei em direito justamente para poder dar esse suporte ao Elias, porque sempre banquei ele, comprei o material esportivo dele, nunca precisei de ninguém para fazer isso, então me imponho nas negociações. É uma equação complicada, juntar o pai, o representante e o amigo, mas é maravilhoso quando os objetivos são conquistados.



quarta-feira, 7 de maio de 2014

Série Convocados para Copa do Mundo : David Luiz

Elegi alguma histórias de superações e decepções no mundo do futebol pelos convocados pelo Felipão para a Copa do Mundo no Brasil. Espero que gostem, começando pelo nosso zagueiro David Luiz, que coincidentemente teve uma reportagem especial da Globo.  
Trechos extraidos de reportagem de 2011 no site da ESPN: 

"Mas nem sempre a carreira do zagueiro foi ‘fácil’. David chegou a ser dispensado das categorias de base do São Paulo, sofreu nos juniores do América-MG e só foi conseguir a sua chance na Série C, com o tradicional Vitória".

Acompanhado de seu pai, Ladislau, de sua mãe, Regina, e de seu amigo de infância Gustavo, David Luiz esteve na última quarta-feira nos estúdios dos canais ESPN para receber seu prêmio e mostrou muita descontração, mas se emocionou na gravação do programa ao falar sobre as dificuldades no começo e o empréstimo que a mãe fez para poder pagar uma viagem de avião a Salvador para que ele fizesse um teste no Vitória.

Começo no São Paulo e primeiro baque

O começo, porém, foi bem perto de casa, no São Paulo Futebol Clube. O problema é que o clube tricolor não soube reconhecer o valor do jovem atleta. Após quatro anos na base são paulina, David Luiz acabou sendo dispensado justamente em um momento de transição de presidentes. “Estava saindo o Paulo Amaral e entrando o Marcelo Portugal Gouvêa. A gente sabe que tem aquela história, o presidente que chega não gosta de revelar jogadores da base do antecessor”, conta o amigo Gustavo, companheiro de David Luiz desde os seis anos de idade.

A dispensa foi marcante na vida do jogador e de seus familiares. A mãe Regina sequer consegue esquecer as palavras que estavam escritas no documento de rescisão do vínculo com o São Paulo. O ainda menino David não conseguiria crescer e não teria porte para jogar futebol. “Foi muito triste, lembro que ele chorou um dia inteiro, nós choramos. Eu li um documento, um contratozinho com o timbre da Fifa escrito: a dispensa do atleta é porque ele tem baixa estatura e franzino. Eu nunca mais esqueci dessa frase. Nós levamos o David a um pediatra, pedimos um exame da mão, que fala até que altura ele iria ter. O médico colocou no laudo que ele não ia ficar com menos de 1,80m. E de fato, como ele mesmo diz, tem 1,89m, fora o cabelo”, relembra a mãe.

Apesar da dispensa, todos garantem que não ficou nenhum tipo de mágoa com o São Paulo. “Foi da forma que Deus queria que fosse. Não guardo mágoa de ninguém. Talvez se ficasse no São Paulo hoje eu não estaria aqui. Sou um cara muito tranquilo. Encaro tudo na minha vida, seja qual for a dificuldade, com a maior naturalidade do mundo”, garante David Luiz.

América-MG e o 'feijão na caneca'

Do São Paulo, David Luiz foi tentar a carreira no América-MG. “Um amigo meu tinha contatos no América, e eu perguntei se ele podia ir fazer um teste. Ele foi e ficou lá três meses, mas viu que a situação do clube era muito ruim e disse: ‘pai, vou voltar porque aqui não vai dar, não’”, conta o seu Ladislau Luiz Marinho.

O período em Minas Gerais foi um dos mais difíceis da carreira de David Luiz. A estrutura do América-MG era muito precária e os jogadores chegavam a se alimentar com feijão batido todos os dias. O zagueiro aguentou o máximo que conseguiu e escondeu a péssima situação para preservar os pais, mas decidiu voltar para São Paulo e tentar o recomeço novamente. 

“Para nós, foi muito triste quando ele chegou e contou a história que eles comiam feijão batido na caneca a noite todos os dias. Ele deixou para falar isso conosco quando arrumamos uma folga no emprego, ia emendar com feriado prolongado. Liguei para o clube e falei ‘David, nós vamos aí te visitar’. Ele respondeu ‘Não, mãe, não vem não porque eu estou indo embora’. Quando ele voltou contou tudo para gente. ‘Cheguei lá, o cara deu uma enxada para cada um e nós limpamos todo o terreno. Machuquei meu pé e todo dia só tinha feijão na caneca. Não tem segurança, as portas não fecham, o senhor que cuida da gente não tem uma arma para defender. Ele só falou para gente correr se algum dia ele gritasse corre’”, contou a mãe.

“A gente protege as pessoas que a gente ama. Se eu contasse, minha mãe ia pedir para eu voltar para casa e eu sabia que só poderia voltar o dia que pudesse dar uma vida melhor para eles. Sempre os protegi, assim como eles fazem comigo, me escondem muita coisa. É natural de quem ama”, conta David Luiz.

Chance no Vitória

De volta a São Paulo, foi a vez de Gustavo entrar em cena e ajudar na carreira do ‘irmão’. Já jogando nas categorias de base do Vitória, o amigo fez alguns contatos no clube e pediu para que David Luiz fosse fazer um teste, mas avisou: “Só vou te falar uma coisa: tenta vir de avião porque quando você chega ao clube os caras não querem nem saber de onde você veio, se você está cansado ou não. O treinador já vai te colocar para treinar e você já tem que buscar seu espaço. São 36 horas de viagem, o ônibus para em milhares de cidades”, contou Gustavo.

Esta é uma das partes de sua carreira que mais emociona o zagueiro e sua família. Ainda menino, David pediu dinheiro à mãe para pagar a passagem de avião e prometeu: um dia eu volto e pago isso e um pouquinho a mais. “Ele estava em período de provas na escola. Ele me ligou e falou ‘mãe, tem uma pessoa lá do Vitória da Bahia que me ligou e me chamou para ir lá fazer um teste, posso ir?’. Eu falei que podia, pensei que era a longo prazo né? Aí ele pegou e falou, ‘Você tem dinheiro?’, e eu falei que não. Ele pediu para eu arrumar um ‘dinheirinho’ porque de ônibus era muito longe”, conta a mãe.

“Fui à escola, pedi para acelerarem as provas dele. Ele estudava a noite por causa dos treinamentos que ele tinha tido no São Paulo. Fiz o empréstimo no banco com o coração na mão porque salário de dois professores só Deus sabe se ia dar para pagar ou não. Lembro que um dia ele me falou: ‘um dia pago esse dinheiro e um pouquinho mais’. E já pagou 10 mil vezes a mais”, completa dona Célia.

Chegando à Bahia, David Luiz logo se destacou. Com o time de sua categoria fazendo uma viagem, ele treinou com Gustavo, que é um ano mais velho e fez sucesso. “Era dividido por idade. Eu sou 86 e ele é 87, mas os 87 tinham ido jogar uma competição em Macaé (RJ). Ele chegou e teve que treinar com os 86 e isso foi muito legal porque ele treinou com a gente. Já falei pros meus amigos darem uma força porque ele nem era da nossa idade, não ia roubar a vaga de ninguém. Ele já foi muito bem e quando o treinador da categoria voltou, já tinha muitos elogios”, conta Gustavo.

No Vitória, David Luiz foi ganhando seu espaço. Em 2006, estreou no time profissional, acabou se destacando na disputa da série C e teve a chance de se transferir para o Benfica por empréstimo. O pai Ladislau, porém, lembra que nem tudo foi fácil em Salvador. “Ele passou momentos ruins lá no Vitória. Hoje o filho bonito tem muitos pais, mas muita gente tentou puxar o tapete dele. Ele sempre foi muito centrado, ligava para mim e contava e eu falava: trabalha para você que seu momento vai chegar, vai chegar alguém que vai reconhecer seu potencial e vai te lançar. E foi o que aconteceu”, conta Ladislau.

A oportunidade chegou, e David Luiz a agarrou. O menino, porém, não deixava de dar sustos nos pais. O zagueiro acordou os pais às 2 da madrugada de um domingo quando recebeu o convite do Benfica e deixou a mãe preocupada. “Foi desesperador. Ele ligou em um domingo, às 2 da manhã, na hora você só imagina o pior. ‘Mãe, onde está meu passaporte’. ‘Sei lá, moleque. Deve estar ai com você. Para que você quer? Aí ele disse que ‘ia para o estrangeiro’, jogar no Benfica por empréstimo de seis meses”, conta a mãe.



David Luiz venceu as dificuldades e levou o Prêmio Futebol no Mundo como revelação
Crédito da imagem: Willy Ertel
Europa e seleção

Na Europa, David Luiz conquistou a torcida do Benfica e se firmou no clube. Convocado por Mano Menezes, o zagueiro passou a ser mais conhecido no Brasil e se transferiu para Londres, para defender o Chelsea. O pai Ladislau garante: nada foi tão surpreendente. “Para mim não foi muita surpresa quando ele foi para o Benfica porque sabia que, pelo campeonato que ele tinha feito, se ele não fosse para lá, ia para outro time de grande porte aqui no Brasil. A gente ficou muito feliz, mas no meu intimo eu sabia que ele ia dar um grande salto”, conta o pai.

“Ir para o Chelsea era inevitável, eu sabia que ele ia estar em grande centro. Qualquer um quer jogar na Inglaterra. Londres é uma cidade muito linda e tenho certeza que ele tem todo o suporte para arrebentar lá”, completa.

A adaptação a Londres foi rápida. Titular da zaga do Chelsea, David Luiz foi um dos responsáveis pelo crescimento do time na reta final de temporada e nem sentiu as dificuldades de mudança de cidade. “Nossa única preocupação era o frio e a língua. Mas pelos dois ou três meses que ele está lá parece que ele nasceu na Inglaterra”, brinca a mãe.

Titular na despedida de Ronaldo da seleção brasileira, David Luiz emociona os familiares e amigos pelo seu sucesso. “Quando eu o vejo entrando no Pacaembu com 30 mil pessoas no jogo da seleção brasileira é uma emoção muito grande”, diz o ‘irmão’ Gustavo. “O Gustavo é uma pessoa muito importante na minha carreira, na minha vida, um grande amigo que eu tenho. É uma pessoa que vive até mais as minhas conquistas que eu. É um rapaz de um coração maravilhoso. Não me deu só um toque, mas vários que me ajudaram na minha carreira. É uma pessoa que gosto de ter sempre muito perto”, completa o próprio David.

Fonte:  ESPN

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